Depressão: o que é, causas, sintomas, tratamentos
O desconforto de não ver possibilidades para o amanhã, tristeza, insônia, melancolia e falta de energia são alguns dos sinais de uma doença que assola grande parte da população: a depressão. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a depressão atinge 300 milhões de pessoas no mundo. Ainda objeto de estudos para sua inteira compreensão, o distúrbio afetivo é considerado pela Associação Médica Brasileira como uma condição médica comum, crônica, recorrente e incapacitante. Nos anos 90, por exemplo, a depressão foi considerada a quarta causa de incapacitação no mundo. A previsão para os anos de 2020 é que ela seja a segunda causa de incapacitação em países desenvolvidos e a primeira e países em desenvolvimento, como o Brasil [1].
De acordo com dados da Associação Brasileira de Psiquiatria, há certos grupos de indivíduos mais propícios a apresentarem episódios depressivos. Pesquisas demonstraram que a prevalência de depressão em mulheres é de 2 a 3 vezes mais frequente do que em homens. Além disso, é estimado que entre 22% a 33% dos pacientes internados por qualquer doença física ou mental apresentem depressão. Não obstante, 80% dos indivíduos que já apresentaram algum episódio depressivo terão uma segunda crise depressiva ao longo de suas vidas.
Apesar dos altos índices, a depressão é uma doença com métodos comprovados para seu tratamento. O primeiro passo, entretanto, é identifica-la. De acordo com dados da diretriz da Associação Médica Brasileira, de 50% a 60% dos casos de depressão não são detectados pelo médico clínico e, assim, não são tratados.
Sintomas
Segundo o Código Internacional de Doenças (CID), o critério de diagnóstico para identificar um episódio depressivo leva em consideração alguns sintomas, elencados abaixo:
· Humor deprimido: quando não há prazer em realizar qualquer atividade durante a maior parte do dia;
· Falta de interesse em exercer quaisquer atividades;
· Fadiga: sensação de cansaço extrema, mesmo sem nenhum motivo aparente;
· Concentração e atenção reduzidas
· Falta de auto-estima e auto-confiança
· Prevalência de ideias de culpa e de inutilidade
· Constante visão pessimista do sobre o futuro
· Ideias referentes a atos de automutilação ou de suicídio
· Insônia ou dificuldade para dormir
· Falta de apetite
Contudo, é importante salientar a diferença entre um episódio de tristeza e a depressão propriamente dita. A tristeza é considerada como consequência de alguma ocorrência ou fato do cotidiano e geralmente se prolonga por até 20 dias, mesmo sem tratamento. Ou seja: se sabe a razão daquela sensação e a própria pessoa consegue identifica-la e naturalmente sair de tal condição.
A depressão, entretanto, pode não ter um motivo específico para o aparecimento dos sintomas acima descritos. Se não tratada, a doença pode avançar por três estágios: leve, moderada e grave. Por isso, é de extrema importância procurar um tratamento médico apropriado ao identificar algum desses sinais – seja em você mesmo ou em alguma pessoa próxima. O baixo índice de tratamento – de 40% dos casos, como relatado anteriormente – é um fator decisivo para o agravamento da doença.
Causas
Aa causas específicas para depressão ainda são incertas. Enquanto sintoma de alguma outra condição, a depressão pode surgir de diferentes quadros clínicos, tais como:
· Transtorno de estresse pós-traumático;
· Demência;
· Esquizofrenia;
· Alcoolismo;
· Doenças como Parkinson, reumáticas, câncer e outras doenças clínicas;
· Circunstâncias sociais e econômicas adversas, como situações intensas de perda que levam o paciente a não visualizar mais significado ou valores para sua vida.
Mudanças fisiológicas
Além disso, evidências de pesquisas científicas demonstraram que pessoas diagnosticadas com depressão possuem alterações químicas em seu cérebro. Essas alterações são identificadas, sobretudo, pela modificação da quantidade de neurotransmissores – responsáveis por determinados impulsos cerebrais – como a serotonina, a noradrenalina e a dopamina. Todos esses neurotransmissores estão ligados direta ou indiretamente com sensações de bem-estar – e, em cérebros de indivíduos considerados deprimidos, tais neurotransmissores são identificados em menores quantidades ou fora da normalidade.
As modificações fisiológicas provocadas pela depressão é uma das razões pelas quais a condição é denominada clinicamente como Síndrome. Se não tratada, pode levar o corpo a desenvolver outras doenças fisiológicas.
Estresse e Depressão
Pessoas com rotinas estressantes possuem maiores chances de apresentar sintomas de depressão. É o que identificou um estudo realizado[2] por pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos: um dos maiores fatores de risco para um indivíduo apresentar depressão deriva-se de situações estressantes da vida cotidiana, principalmente stress interpessoal – aqueles ocasionados por algum atrito com outra pessoa – e rejeição social – situação na qual o indivíduo é demitido, por exemplo.
Tal estudo considerou modificações biológicas ocasionadas pela depressão e constatou que fatores estressantes levam a inflamações pelo corpo que, por sua vez, podem desencadear a depressão. Para os estudiosos, não é por acaso que pessoas deprimidas comumente apresentam doenças inflamatórias ou imunológicas, como asma, artrite reumatoide, síndrome metabólica, entre outras.
Tratamento Psicológico
De acordo com a Diretriz da Associação Médica Brasileira para o tratamento da depressão, em casos considerados leves ou moderados, são efetivas no tratamento de episódios de depressão diferentes tipos de psicoterapia - como psicoterapia cognitiva, psicoterapia interpessoal e psicoterapia de solução de problemas. Tais sessões devem ocorrer de forma semanal pelo menos nas primeiras quatro a seis semanas de tratamento. É preciso lembrar da importância de um planejamento de uma clínica antidepressiva, pois todo e qualquer tratamento envolve a fase aguda, de continuação e de manutenção, descritas abaixo:
· Fase aguda: refere-se aos dois e três primeiros meses de tratamento e possui o objetivo de diminuir os sintomas da depressão;
· Fase de continuação: refere-se ao quarto até o sexto mês após a fase aguda e possui o benefício de evitar recaídas dentro de um mesmo episódio depressivo;
· Fase de manutenção: após a fase de continuação, caso o paciente apresente recaídas e o médico identifica que o paciente possui alta probabilidade de recorrência, essa fase irá monitorar o paciente para evitar novos episódios de depressão.
Tratamento com antidepressivos
Os antidepressivos são medicamentos que alteram a química do cérebro para evitar episódios de depressão. Esses medicamentos são eficazes principalmente para pacientes diagnosticados com depressão moderada ou grave. Entretanto, é importante seguir à risca a prescrição fornecida pelo médico, uma vez que a suspensão abrupta ou o incorreto uso dos antidepressivos pode agravar a depressão.
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[1] http://www.ismd.com.br/wp-content/uploads/2013/10/Diretrizes_Tratamento_Depressao.pdf